MP mira grupo suspeito de fraudar R$ 20 milhões em licitações e faz buscas em casa de ex-vereador de Campo Grande
Ex-parlamentar, chegou a ser preso na 3ª fase da operação no ano passado. Dessa vez, MP apurou que a organização criminosa continuava ativa, mesmo após a ...

Ex-parlamentar, chegou a ser preso na 3ª fase da operação no ano passado. Dessa vez, MP apurou que a organização criminosa continuava ativa, mesmo após a deflagração das operações anteriores. Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra Divulgação O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deflagrou na manhã desta quinta-feira (5) em Campo Grande (MS) a quarta fase da Operação Tromper que investiga uma organização criminosa voltada às fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia (MS). Conforme apurado pelo g1, o apartamento do ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), foi um dos locais alvos, onde as equipes estiveram logo no início do dia. A defesa do ex-parlamentar foi procurada e informou que aguarda acesso aos autos para se manifestar. (Leia o retorno na íntegra mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Os contratos identificados e objetos da investigação alcançam aproximadamente de R$ 20 milhões. Nesta fase são cumpridos três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão. As investigações apontaram que houve contratos milionários com empresas de engenharia e pavimentação asfáltica, ou seja, a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares. Segundo o MPMS, foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de propina a agentes públicos, além dos crimes atuais de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes. A operação conta com apoio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS. O advogado Tiago Bunning se manifestou sobre a defesa do cliente. Leia a nota na íntegra abaixo: "Cláudio Serra Filho está afastado da vida pública e não ocupa mais cargo político. Está sob monitoramento eletrônico, fazendo uso de tornozeleira desde 26/04/2024, ou seja, há 14 meses. Neste período não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para uma nova ordem de prisão. A defesa aguarda ter acesso aos autos para se manifestar a respeito do conteúdo da investigação". 1ª prisão de ex-parlamentar Claudinho Serra foi preso na terceira fase da operação em 2024, que apura o envolvimento do político em esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia (MS). Na época, a investigação identificou o rombo de R$ 15 milhões aos cofres públicos, quando o político era secretário na prefeitura de Sidrolândia. Ele ganhou a liberdade pouco tempo depois, mediante uso de tornozeleira eletrônica. O parlamentar atuou entre abril a dezembro de 2021 como diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) de Campo Grande. Depois, assumiu a Secretaria Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Claudinho Serra é genro da ex-prefeita do município, Vanda Camilo (PP). Operação Tromper A 1ª fase da Operação Tromper foi deflagrada em maio de 2023 contra esquema de corrupção no município de Sidrolândia. A investigação apontou a existência de um esquema de ações destinado à obtenção de vantagens ilícitas, por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal desde 2017. A 2ª fase da investigação foi deflagrada em julho do mesmo ano, quando foram cumpridos quatro mandados de prisão e cinco de busca a apreensão. Segundo o MPMS, o desdobramento da primeira etapa da operação identificou um “conluio” entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a prefeitura. A investigação identificou ainda a existência de uma organização criminosa voltada as fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública. Em relação ao nome da ação, o MPMS, explica que "Tromper" é um verbo da língua francesa, que significa “enganar”. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: