Suspeita de negligência: menina de 5 anos morre após ser atingida por portão e receber alta hospitalar
Sophie Emanuelle, de 5 anos, foi levada ao hospital após um portão cair sobre ela durante uma brincadeira. A Polícia Civil apura a suspeita de negligência. ...

Sophie Emanuelle, de 5 anos, foi levada ao hospital após um portão cair sobre ela durante uma brincadeira. A Polícia Civil apura a suspeita de negligência. O hospital afirma que irá reavaliar as condutas no caso. Sophie morreu após acidente doméstico em casa, e foi liberada ao procurar atendimento médico em hospital de Campo Grande (MS) Redes sociais A Polícia Civil investiga suspeita de negligência e omissão de socorro no caso de Sophie Emanuelle Viana Rochete, de 5 anos, que morreu ao ser liberada da Santa Casa de Campo Grande (MS). A família da menina a levou ao hospital duas vezes depois que a criança sofreu um acidente doméstico, quando um portão caiu sobre a cabeça dela enquanto brincava em casa, no Jardim Aeroporto. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Segundo o depoimento do pai de Sophie à polícia, o acidente aconteceu no dia 25 de maio. A menina brincava dentro de casa com outras crianças quando todas saíram correndo para pedir doces à mãe de uma delas. Uma das crianças abriu o portão de entrada, que se soltou do trilho e caiu sobre Sophie. A menina foi socorrida e levada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Almeida. Devido à gravidade dos ferimentos, ela foi transferida para a Santa Casa, onde deu entrada no mesmo dia. No hospital, ainda conforme o boletim de ocorrência, foi feito raio-x e concedida alta médica em menos de quatro horas. No documento dado à família, a médica que fez o primeiro atendimento informou que: "Não encontramos evidências que indicam que o trauma crânio encefálico foi grave. Entretanto, novos sintomas e complicações inesperadas podem desenvolver-se horas ou mesmo dias após o trauma. As primeiras 24 horas são as mais cruciais e a criança deve permanecer junto a acompanhante confiável pelo menos durante este período". A médica ainda citou possíveis sintomas que poderiam aparecer e que a família devia ficar atenta, como sonolência, vômitos, convulsão, dor de cabeça, fraqueza, pulso lento, entre outros. Por fim, a orientação dada pela médica foi para a família aplicar uma bolsa de gelo no local do ferimento. Se observassem aumento no inchaço, a menina teria que ser levada novamente ao hospital. Segundo atendimento na Santa Casa A criança voltou para casa, mas após algumas horas passou mal e retornou para a Santa Casa. Só no segundo atendimento que foi realizada uma tomografia e constatada uma lesão no crânio da criança. Após o diagnóstico, Sophie ficou em observação, como é detalhado no Boletim de Ocorrência. O pai reclamou na delegacia que foram longos períodos de espera sem atendimento. A menina apresentou piora e quando a equipe médica chegou, o estado de saúde dela já era grave. Sophie teve duas paradas cardíacas e não sobreviveu. A morte foi constatada na quinta-feira (29). A família denunciou à polícia omissão de socorro por parte da equipe médica. Orientação médica duranta alta hospitalar, no mesmo dia em que a criança sofreu o acidente. Reprodução Laudo de morte e investigação O documento registrado no Instituto de Medicina e Odontologia Legal informa: "Paciente com história de traumatismo cranioencefálico há quatro dias (queda de portão sobre a cabeça) evoluindo com rebaixamento da consciência, bradicardia e PCR, sendo realizadas manobras de RCP, sem sucesso". Na certidão de óbito, a causa da morte aparece como "hemorragia subaracnóidea, hematoma subdural, fratura parietal direita, impacto por objeto em queda". Nas redes sociais, a tia da criança publicou a indignação da família. "Ao acordar, [na segunda-feira,] ela estava com muita dor na cabeça, o remédio vomitava, febre de 39 graus. Retornamos à Santa Casa, onde queriam novo pedido de UPA para atendê-la , disse que não tinha e que não iríamos, pois a médica sequer deixou a menina em observação após um trauma na cabeça", escreveu Vailza Viana. No segundo atendimento, ainda conforme a tia, o problema continuou. "O rosto dela começou a inchar todo, e não pediram uma ressonância para ver a situação interna da cabecinha dela, ao passar dos dias, ela reclamando de dor, eles receitaram até morfina de tanta dor que ela estava sentindo, deixaram minha sobrinha ir morrendo aos poucos", publicou. Na delegacia de Polícia Civil o caso foi registrado como morte por causa indeterminada e segue em investigação. O que diz o hospital Em nota, a Santa Casa de Campo Grande informou que está acompanhando o caso desde o momento do óbito, prestando solidariedade à família. Afirma ainda que todas as condutas e decisões adotadas estão sendo avaliadas e reavaliadas internamente. A Santa Casa Informou ainda que Sophie passou por diversos exames e foi submetida a avaliações realizadas por diferentes profissionais e especialistas, tanto na primeira quanto na segunda passagem pelo hospital. Leia a nota na íntegra abaixo: "A Santa Casa de Campo Grande informa que está acompanhando o caso desde o momento do óbito, prestando solidariedade à família pela imensa perda. Todas as condutas e decisões adotadas estão sendo avaliadas e reavaliadas internamente. O paciente passou por diversos exames e foi submetido a avaliações realizadas por diferentes profissionais e especialistas, tanto na primeira quanto na segunda passagem pelo hospital. No primeiro atendimento, após um período de observação rigorosa e sem sinais preocupantes, a paciente recebeu alta. Cerca de 10 horas depois, houve um retorno ao hospital, já com um quadro de piora, sendo prontamente atendida novamente. O corpo foi encaminhado para necropsia, e seguimos acompanhando de perto o desenrolar da situação. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos sobre os fatos. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e com a prestação de um atendimento de qualidade à população. Mais uma vez, lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares e amigos". Veja vídeo de Mato Grosso do Sul da última semana: g1 em 1 Minuto Mato Grosso do Sul: PRF faz terceira maior apreensão de maconha em MS